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domingo, 4 de setembro de 2016

A Economia e as nossas Instituições

Por: Professor de Economia Gilvan Tavares
O Neo-institucionalismo é uma corrente da ciência econômica que busca explicar o papel das instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.) na determinação dos resultados econômicos no Mercado. Ou melhor, os estudiosos institucionalistas procuram evidenciar que o desempenho da economia de um País, depende basicamente da maturidade e da consolidação das suas Instituições, ou na linguagem do materialismo histórico Marxista, da sua superestrutura( justiça, política, educação, religião etc.)

A economia de mercado não se alimenta apenas das teorias, modelos e leis econômicas. A complexidade da sua prática também envolve um relacionamento e uma influência muito significativa do desempenho das instituições sociais que compõem uma sociedade. O comportamento dessas entidades sinaliza práticas que definem os rumos do mercado. A instituição Política, por exemplo, é a mais decisiva nesse processo porque é quem decide e estabelece os rumos de um sistema econômico.

As teorias econômicas são colocadas em prática, através das políticas econômicas estabelecidas pela equipe governamental que está no Poder e no comando do País. Ou melhor, a teorização científica formatada através de pesquisas e investigações acadêmicas é posta no mercado via determinações governamentais que são guiadas pela instituição política. Resultando daí que, se essa instituição não estiver devidamente maturada, consolidada e ajustada para as suas nobres tarefas, com certeza, as políticas econômicas no mínimo, serão equivocadas. Não podemos esperar de um governo precário, viciado e comprometido com favores pessoais, uma prática econômica condizente com as formulações científicas. 

O que vivenciamos no Brasil, hoje, é uma economia que reflete as idiossincrasias do seu povo, confirmando a nossa reflexão. Os números estão aí, que não nos deixa mentir. A recessão, o desemprego e a Inflação já colocaram as unhas de fora, e o Estado, meio perdido, com a credibilidade no chão. Daí, a conclusão dos estudiosos, a crise não é do mercado, é das instituições que conduzem e monitoram os processos econômicos: a instituição política. 

Enquanto os impasses políticos perdurarem, a economia e o mercado vão agonizar. Repito, a crise não é do Mercado, a crise é do sistema que controla o poder do Estado. O mercado apenas está sendo vítima das barbeiragens e das inconseqüências da velha, tradicional e viciada “gestão pública”. O Sistema capitalista é pródigo em gerar riquezas e oportunidades, no entanto, a regulação de um Estado sério e comprometido com a cidadania é que vai dar o tom da orquestra no ambiente virtuoso de geração de emprego e renda.

As Agencias Reguladoras são exemplos vivos de que um governo descompromissado com os interesses maiores da Nação, pode se deixar capturar pelo mercado. 

E AGORA TEMER, VAI ENCARAR?

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