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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Máfia do Matone: Juiz indefere pedido de envolvidos.

Dois dos envolvidos no episódio do Banco Matone pediram ao juiz da comarca a liberação de recursos bloqueados em suas contas, todavia, o magistrado indeferiu os pedidos sob a argüição de que o número de vítimas produzidas pela máfia torna-se incalculável e o prejuízo ao erário precisa ser reposto. A Máfia liderada pelo ex-prefeito Zé Pretinho envolveu aproximadamente 29 (vinte e nove pessoas) para tomar empréstimos consignados no Banco Matone com valores bastante superior ao suportado pelo beneficiário. Gente que recebia um salário mínimo teria que pagar parcelas em torno de R$ 2,7 mil.

Para o juiz, o prejuízo ocasionado pela manobra do grupo envolvido nas “supostas práticas ímprobas atingiu um número indeterminado de pessoas que permanecem até hoje sem saúde, educação e segurança em virtude de tais práticas contrárias aos cofres públicos”. O desvio de recursos públicos no ano de 2008 foi calculado pelo Ministério Público em aproximados R$ 2,7 milhões. As primeiras parcelas, supostamente, foram pagas com dinheiro sacado através de empresas fantasmas situadas em Ilhéus, Itabuna, Itapé e Ipiau. 

A Justiça bloqueou contas e tornou indisponíveis os bens dos envolvidos tendo em vista assegurar a reparação dos danos causados ao patrimônio público. Existe uma ação civil pública e uma ação penal referente ao mesmo fato. O grupo envolveu quatro pessoas estranhas a administração, forjando contracheques no Departamento de Pessoal para facilitar o acesso ao dinheiro do Banco. Segundo as investigações do MP, o recurso era sacado e repassado ao ex-prefeito ou a seu irmão, Antonio Bispo dos Santos, que à época era Secretário de Finanças.

Dos envolvidos, apenas um resolveu “abrir o jogo” para os investigadores do Ministério Público e, possivelmente, deva ter sua pena atenuada, no caso de uma condenação. Nas investigações descobriu-se que quando a “bomba estourou” todos foram convocados para uma reunião de emergência, a fim de receber instrução de como “blindar” o ex-prefeito das acusações. Quase todos os envolvidos arcaram os empréstimos sozinhos, mesmo sem ter auferido qualquer vantagem.