Memórias de um ex-secretario – Da Prefeitura
Municipal de Una. Est. da Bahia
Em muita gente – é crença radicada
Que o trabalho que faz o pensamento
É simples; é brinquedo dum momento,
Que vale muito pouco, ou mesmo nada.
Falsa suposição: - é empreitada,
Como às vezes erguer um monumento...
É a pena - à mão que a pões em
movimento,
Pesa em geral, mais do que a enxada.
Já pensaram – o que a página mais
barata,
Representa de esforço, de canceiras,
De esgotamento que enfraquece e mata?!
Podem crer: - é mais fácil rebentar
pedreiras
Cavar buracos ou plantar batata
Que escrever – DUAS LINHAS SEM
ASNEIRAS!
Contudo...
Quem quiser que seja herege,
Quem quiser que seja ateu...
O fato é que Deus protege,
A quem luta assim como eu...
Sonhos, sonhos de grandeza...
Que não os tem desde menino?
Depois, quantas incertezas, vem nos
legar o destino?
No ardor da mocidade
Quem castelos não constrói?
Depois... vem a saudade... porque a
saudade nos dói!
O autor deste poema viveu em
nossa comunidade nos anos 70 até inicio dos 80. Sua ascensão muito rápida ao
Poder local, mesmo pregando o comunismo como bandeira e marcado como
revolucionário, leva a desconfiança nos dias atuais de ele tenha sido um agente de inteligência enviado
pelo extinto SNI (Serviço Nacional de Inteligência) para investigar 11 supostos
comunistas que se reuniam em nossa cidade, além do prefeito Liberalino Barboza
Souto que se declarava contra o regime militar da época, mas que não era, pois,
conta a história, que chegou ao Poder com ajuda mascarada de Dr. Almeida, porém
depois ele se rebelou contra o líder cortando seu pé de tamarindo, na cabeceira
da ponte.
O pé de tamarindo, assim
como os pés de jambeiro, representava o poder de Almeidão na liderança política
do município de Una. Roza tornou-se secretário do município dos prefeitos Armil Fuchs, Carlos Cincurá, Liberalino e de João Queiroz.
Algumas pessoas mais velhas não sabem do paradeiro do escritor, que sumiu
depois que foi exonerado do cargo de secretário. Ninguém sabe como ele surgiu, nem o dia que saiu do município. Atualmente há no bairro
Sucupira uma rua que leva o nome do personagem. Observem ser pouco comum Rosa e
Barbosa serem escritos com a letra “Z”, mas tanto o do prefeito, quanto o do
secretário eram escritos com “Z”, que parece um sinal codificado.
Há suspeitas, também, de que
o nome verdadeiro de Roza não seria Luiz Guimarães Roza, mas este foi colocado propositalmente pela agência de inteligência para chamar a atenção das lideranças locais, em relação ao escritor João Guimarães Rosa,
este escrito com S, e o dito crescer dentro da sociedade local, ao ponto de
chegar ao Poder, para melhor colher as informações desejadas pelo governo
militar da época.
Mas, afinal quem foi Luiz Guimarães Roza, um subversivo ou um agente do SNI? Com a palavra os historiadores de Una.
Confira mais um pouco da
nossa história escrita por Soane Cristino dos Santos, clicando aqui
e aqui.