O comércio e as escolas ficaram fechados. Na operação, outras nove pessoas ficaram feridas. Todas foram atendidas no Hospital Federal de Bonsucesso. Nove suspeitos foram presos e um menor foi apreendido.
Além do sargento do Bope Ednelson Jeronimo dos Santos Silva, de 42 anos, e do morador Eraldo Santos da Silva, de 35 anos, outro morto foi identificado: José Everton Silva de Oliveira, de 21 anos. Entre os detidos, está o homem acusado de ter matado o policial militar e o morador. O titular da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, afirmou que ainda fará novas perícias na comunidade para averiguar o número exato de mortos. As armas apreendidas, de acordo com Barbosa, serão periciadas.
Moradores que não quiseram se identificar relatam que o cenário na comunidade é de guerra. Pelas redes sociais, contam ainda que estão sem luz e telefone. De acordo com a PM, durante o dia ainda houve registro de confrontos no interior da favela.
Cerca de 7,4 mil alunos ficam sem aulas na Maré
Nove escolas, sendo oito municipais e uma estadual, suspenderam as atividades nesta terça-feira, assim como projetos sociais que atuam na região. De acordo com a Secretaria municipal de Educação, 6.422 alunos ficaram sem aulas na rede da prefeitura. Outras mil foram prejudicadas na escola do estado, segundo a Secretaria estadual de Educação. Além das escolas, três centros municipais de saúde não abriram as portas na região.
Cerca de 400 policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Choque (BPChq), Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do 22º BPM (Maré), além de equipes da Divisão de Homicídios (DH) e da Força Nacional, estão na Favela Nova Holanda nesta terça-feira. O Bope montou uma base na Avenida Brasil, próximo à Passarela 9, de onde as equipes partem para operações na comunidade. Já os policiais da Força Nacional de Segurança atuam nos acessos ao complexo, mas esta não é a primeira vez que tropa atua em favela.
Segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública, antes da atuação no Complexo da Maré, os policiais da Força Nacional já haviam sido convocados para o policiamento da Favela Santo Amaro, no Catete, que está ocupada pelo efetivo desde o ano passado. Os policiais também foram acionados para atuar nos grandes eventos que o Rio recebe este ano, como a Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude. A pedido da Polícia Militar, eles estão reforçando o policiamento da Linha Vermelha e Avenida Brasil, além de estarem de prontidão para atuarem no Maracanãzinho, desde o último dia 14.
Um dos suspeitos de matar policial do Bope é preso
Encontrado durante a manhã, um dos suspeitos de matar o sargento do Bope e o morador é Edvan Ezequiel Bezerri, conhecido como Ninho, de 29 anos. Ele foi preso com o comparsa em uma casa na favela. Outros três suspeitos de envolvimento no crime são procurados. A polícia conseguiu identificá-los por meio do Serviço de Inteligência, que detectou que estes bandidos se vangloriavam em uma rede social de terem matado o policial.
Ednelson era casado, tinha dois filhos e estava há 17 anos na Polícia Militar, sendo 13 no Bope. O corpo dele será enterrado nesta terça-feira às 16h no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Norte. O relações-públicas do Bope, major Ivan Blaz, afirmou que conta com informações de moradores, seja por meio do Disque-Denúncia (2253-1177) ou pelo perfil do Bope no Twitter (@Real_Bope_RJ) para encontrar os outros suspeitos de envolvimento na morte do sargento Ednelson.
Com os suspeitos mortos, a polícia encontrou um fuzil e duas pistolas. Outro fuzil, calibre 5.56, de fabricação americana, e uma submetralhadora calibre 40 AK, de origem africana, mais quatro pistolas, uma granada e 2.327 trouxinhas de maconha também foram apreendidas. Segundo a PM, o menor levava drogas e uma pistola 380, além de um caderno de anotações do tráfico e um radiotransmissor. Segundo policiais do Bope, um dos presos tentou fugir, invadindo a casa de um morador, mas acabou capturado, com um ferimento no braço. Paramédicos do Bope fizeram o primeiro atendimento ao ferido ainda no interior da comunidade. Em seguida, o suspeito foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso. As ocorrências estão na 21ª DP (Bonsucesso) e 37ª DP (Ilha do Governador).
Tiroteio logo após arrastão deixa PM e morador mortos
A operação começou na noite desta segunda com o objetivo de buscar criminosos que fizeram um arrastão na Avenida Brasil após o fim de uma manifestação pacífica em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Durante um confronto, o sargento do Bope Ednelson Jeronimo dos Santos Silva, de 42 anos, e Eraldo Santos da Silva, de 35 anos, que seria um morador e não teria envolvimento com o tráfico de drogas do local, morreram.
Outras seis pessoas ficaram feridas na troca de tiros. Uma delas é um PM do 22ª BPM (Maré) e as outras cinco seriam moradores da comunidade. O confronto começou depois da perseguição policial a um grupo de bandidos que tentava praticar assaltos em série numa das pistas sentido Zona Oeste da Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, após a manifestação que saiu da Praça das Nações e chegou a fechar uma faixa da Avenida Brasil. Na confusão, 16 pessoas foram detidas e levadas para a 21ª DP (Bonsucesso).
O protesto foi convocado pelo Facebook, que chegou a divulgar uma mensagem de cancelamento do ato. Com informações desencontradas, a Polícia Militar enviou 250 homens e até um blindado para garantir a segurança e coibir saques e atos de vandalismo. As lojas da região fecharam as portas por volta das 14h. Já o centro universitário Unisuam encerrou as atividades acadêmicas e administrativas perto das 15h.
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