Por: Giselle Hirata - Revista Capricho – 14/10/2010
Porque, além do calor natural do verão, alguns fenômenos fazem com que a temperatura fique mais alta. O primeiro é manjado: o aquecimento global, responsável pelo aumento de 0,7 ºC na temperatura do planeta de 100 anos para cá. A previsão é que esquente cada vez mais rápido: até 2100, os termômetros devem subir de 2 a 3 ºC.
Além disso, o El Niño está aí. Esse fenômeno – que acontece em intervalos de dois a sete anos – é causado pela elevação da temperatura das águas do oceano Pacífico e dura de 12 a 18 meses. Ele começa a perder força no fim do verão, mas continua contribuindo para o calor: bagunça a temperatura, provoca chuvas além do normal e, em algumas regiões, períodos de seca.
Foco no refresco
Para tentar se refrescar, seu cérebro estimula o suor, que se evapora e leva um pouco do calor. Em compensação, você se sente meio melada e, logo, fica irritada. Além disso, sua concentração vai para o brejo: o foco do seu corpo está todo em lidar com a alta temperatura.
Plantas secas e murchas
As plantas tropicais, como as que são naturais do Brasil, suportam bem o calor e não sofrem tanto. Por outro lado, aquelas que vêm de áreas mais frias, como os pinheiros, podem murchar, secar e morrer por desidratação.
Construções detonadas
Em algumas casas, o calor clareia pisos de madeira. Mas isso nem é o pior: os materiais de construção podem sofrer uma dilatação – uma das causas mais comuns do surgimento de trincas e rachaduras nas paredes de concreto e em estruturas de madeira.
Rios sem ar
Nos rios e lagos, aumenta a temperatura da água, que absorve menos oxigênio e CO2. Isso prejudica as plantas aquáticas e os peixes: eles param de se reproduzir e podem até morrer!
Animais de dieta
Como as plantas, aqueles que sofrem são os de espécies acostumadas ao frio. Esses animais ficam desidratados, cansados, ofegantes e mais magros porque mudam de dieta – comem bem menos e bebem mais líquido.
Quem deu as informações: José Fernando Pesquero, pesquisador do Centro de Previsão de Tempo e Estudo Climático do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Fabio Luiz Gonçalves, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP, Tércio Ambrizzi, professor do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP, e Patrícia Novoa, arquiteta e urbanista.