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Vice prefeito de Itabuna |
nas redes
sociais e nas ruas de Itabuna. Nas duas últimas duas semanas, o principal
assunto nos quatro quantos da cidade é a invasão da nova administração por
pessoas que ocuparam cargos-chave nos governos de Fernando Gomes e José Nilton
Azevedo (DEM).
Os dois
ex-prefeitos tiveram os mandatos marcados por denúncias de mau uso do dinheiro
público e ineficiência administrativa. O atual prefeito de Itabuna, Claudevane
Leite (PRB), conquistou os votos de parte dos eleitores mostrando exatamente o
descaso da dupla com a população.
Obras inacabadas, falta de remédio nas unidades
básicas de saúde, buracos e esgotos em toda a periferia, gasto excessivo com
pessoal, sucateamento da Emasa, aumento da dívida, inexistência de políticas
públicas para jovens e famílias mais carentes, denúncias de desvios de
dinheiro.
Mas, com menos de um mês no cargo, o novo
mandatário de Itabuna começa a ser questionado por levar para seu governo
justamente as pessoas que participaram dos escândalos ou da ineficiência das
gestões anteriores.
Na defesa
Na
sexta-feira, 1º, diante de repercussão negativa das nomeações, o vice-prefeito
e secretário de Planejamento e Tecnologia, Wenceslau Júnior (foto), tentou se
explicar, em um artigo publicado em blogs e sites. Ele acabou confirmando que
as nomeações fazem parte de acordos políticos.
O
vice-prefeito afirmou que “a indicação pode até ser política, e é justo que
seja porque as relações políticas fazem parte do jogo democrático, mas o nome
tem que ter perfil técnico adequado para o cargo”. E, na retranca, diz que “não
existe nomeação para os quatro anos de gestão”.
Na verdade, nem o prefeito está absolutamente
assegurado no cargo por esse período. A princípio, foi eleito para isso, mas
depende de uma série de fatores, principalmente de natureza ética.
“Neste mundo só os impostos e a morte são certos.
Não temos como fugir. Um monte de coisa pode acontecer em quatro anos,
inclusive a cassação do prefeito por desvio de conduta”, observa o universitário
Rafael Marques dos Santos.
Para Wenceslau Jr, se seguir a cartilha da gestão
em termos de resultados, “continua, se não mostrar resultados será substituído.
Outro critério estabelecido é o critério ético. Quem se afastar da linha de
probidade, economicidade e eficiência também vai procurar outro rumo”.
Os técnicos?
A defensiva de Júnior gerou ainda mais observações
com relação principalmente às nomeações do ex-secretário José Alencar, do
ex-presidente da Emasa Alfredo Melo e do ex-presidente do Hospital de Base,
Marcelo Andrade.
Alencar foi secretário de Desenvolvimento Urbano
de Itabuna, criticado por causa das obras iniciadas e nunca acabadas. Uma delas
é a revitalização da Avenida Amélia, que deveria ter ficado pronta há dois
anos. Outra prova de incompetência do secretário foi o abandono dos bairros.
São aqueles bairros da periferia que apareciam nos
programas eleitorais, inclusive do atual prefeito. O ex-secretário de Azevedo é
o novo o diretor de planejamento da Secretaria de Planejamento. Marcos Alan,
que foi secretário de Desenvolvimento Urbano de Fernando Gomes, é outro
aproveitado.
Para o governo do prefeito Claudevane Leite, o
sucateamento da Emasa não tem nada a ver com o ex-presidente da empresa. O
engenheiro Alfredo Melo acaba de ser nomeado para diretor de projetos da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano, mas teve conta rejeitada no TCM (veja
mais nesta edição).
Comentários
no Pimenta mostram a indignação
geral dos internautas ao comentar as nomeações e
o artigo do vice-prefeito de Itabuna, Wenceslau Júnior, defendendo a
permanência de azevedistas na gestão do prefeito Claudevane Leite. Os
comentários foram publicados no blog, que repercutia as Malhas Finas de A
Região da semana passada.
Eles já tinham criticado a nomeação de
pessoas como Vanessa (foto), tida como uma das namoradas do ex-prefeito José
Nilton Azevedo, para ocupar cargo na defesa civil; de Joilson Leopoldino para
diretor da Escola de Trânsito e de André Felipe de Moura para chefe da
secretaria de transportes.
A de Erick Cruz da Silveira para diretor de trânsito, de Aline Queiroz, filha
de Marino da refrigeração, para chefe de gabinete; de Haroldo Arapiraca para
auditor fazendário; de Gerson Silva, fernandista e azevedista, mantido como
diretor de cadastro, entre outras nomeações.
“Estão
conduzindo (ou reconduzindo) servidores que demonstraram incompetência nas
diversas áreas da administração municipal. A cidade foi abandonada por esses
renomeados”.
“Faz-se necessário apresentar o currículo, a capacidade e a conduta dessas
pessoas para, só assim, a população se convencer que realmente contribuíram e
podem contribuir novamente. Pois, do contrário, resta a percepção de
aparelhamento (e dos mais incoerentes)”, escreveu Saulo.
Comentários
“A
suprema arte de escrever um monte de coisas e não explicar nada” (Itabunense).
“Com esse artigo, o camarada se contorce para defender o indefensável” (Juca).
“Ridícula essa defesa de Wenceslau das nomeações inexplicáveis desse governo”
(Erick Maia).
“A
decepção e o desânimo tomam conta de toda a cidade, é uma vergonha para quem acreditou
que Vane fosse fazer um governo de austeridade, mas com essa turma esse governo
não vai ter moralidade nunca,” afirma um que assina José Dirceu Gomes.
“Espanta-me a afirmação de que o critério ético definiu as nomeações”
(Comunista da Sibéria). “Existem dentro do grupo PRB, PSC, PV, PP, PPS vários
nomes capacitados para assumir tais cargos e isso mostra infidelidade
partidária e infidelidade com o povo que pediu a mudança” (Erica de Souza).
“Wenceslau será a Joelma de calça neste Governo. Vamos orar pelo Prefeito e
pela nossa cidade”, escracha José Reis. “É Wenceslau, a visão sua e do Prefeito
sobre qualificação profissional e perfil técnico está deixando a desejar”,
define Leiloca Leite.