lesando os cofres do município com um esquema “importado” de Una. O prefeito Wiliams Santana, o “Linho”, usou filha e esposa para fraudar documentos e desviar o dinheiro.
A ramificação da ‘máfia’ em Almadina começou a ser revelada a partir de uma ação ajuizada pelo banco Matone contra a prefeitura. Era parte do esquema. Linho é acusado de montar contra-cheques e declarações falsas para facilitar a tomada dos empréstimos.
Num deles, a esposa Maria Lúcia Cabral Santana aparece como secretária de Bem-Estar Social, tomando empréstimo de R$ 34.200,00 dividido em 24 parcelas de R$ 2.771,07.
O valor das parcelas é mais que o dobro do salário de um secretário municipal em Almadina, R$ 1.200,00. Para tomar os R$ 34.200,00, ela precisaria ocupar cargo na administração municipal e ter salário de R$ 9 mil, no mínimo.
O prefeito ainda usou no esquema a filha, Carolyne Cabral Santana. As duas não são servidoras municipais. Na declaração ao banco Matone, a filha de Linho aparece ocupando o inexistente cargo de secretária municipal de Turismo.
O próprio Linho é tomador de três empréstimos ao Matone, entre junho de 2006 e fevereiro do ano passado. As parcelas mensais de R$ 3.307,32 correspondem a mais da metade do salário de prefeito em Almadina, R$ 6 mil.
Pela legislação do Banco Central, a parcela do empréstimo consignado não pode ser maior que 30% do salário. O esquema é maior e compromete funcionários de confiança do prefeito. A irregularidade é registrada em pelo menos 26 dos 76 empréstimos com o Matone.
Mais esquemas
Como uma repetição do esquema investigado em Una que resultou no afastamento do prefeito José Bispo dos Santos, uma policial militar também está envolvida em Almadina. Lucineide Freitas Silva aparece tomando R$ 21.948,30, pagos em 22 parcelas de R$ 997,65.
Um grupo de vereadores diz que Lucineide, a esposa e a filha do prefeito não são casos isolados na fraude. Existem pelo menos outros 23 exemplos de prejuízo às finanças do município. Exemplo: Edson da Silva Souza aparece como secretário de cultura.
O cargo não existe, mas ele tomou R$ 34.200,00 emprestados do Matone. O falso secretário é pai de Sérgio Santana Souza, tesoureiro da prefeitura. O empréstimo foi tomado em 22 de setembro de 2006.
No mesmo dia e ocupando o mesmo cargo de secretário de Cultura, Fabiano Emmanuel Ferreira Souza contratou financiamento de valor e condições de pagamento iguais. Tanto Fabiano como Edson nunca foram secretários.
Fabiano é funcionário da Conpus Contabilidade, de Itabuna, prestadora de serviços para a prefeitura de Almadina. Na sexta-feira, nossa reportagem tentou contato com Fabiano. Ele desligou o telefone e, na segunda vez, a secretário informou que estava ocupado.
Até o endereço residencial apresentado por Fabiano ao tomar o empréstimo é falso, segundo os vereadores Roberto Rios, Mabel Cristina, Maria Raimunda, Isabela Soraia e Vanilton Falcão, o Merrica. Na rua Vandick Badaró, 112, existe apenas um terreno baldio.
Os vereadores também descobriram que, além do prefeito Linho Santana, a família do tesoureiro foi bem aquinhoada no esquema. Ele tomou empréstimo, além do pai e da esposa, Cenilza Batista Silva. Os contratos têm igual valor, sendo servidor da prefeitura ou não.
Cenilza assina o contrato com o banco Matone como “secretária de saúde”. Para contratar com a instituição gaúcha em nome de outra “laranja”, o prefeito “criou” a secretaria de habitação. O empréstimo de R$ 34.200,00 foi tomado por Geize Carine de Oliveira.
Secretários fantasmas
A fraude criou dois secretários para pasta de administração em Almadina, onde duas pessoas, através de falsificação de documentos oficiais, tomaram empréstimos como “secretário de administração”.
O titular da pasta chama-se Abimael Alves dos Santos. Ele contratou com o Matone como secretário em 13 de fevereiro de 2006, pagando 31 parcelas de R$ 476,82. Sete meses depois, em 11 de setembro, Dhonnes Houahna Gonçalves Moura levou R$ 34.200,00.
A suspeita dos vereadores Mabel Cristina, Roberto Rios, Maria Raimunda, Vanilton Falcão e Isabela Soraia é de que todos os tomadores de empréstimo de valores altos sejam “laranjas”. O caso será denunciado no Ministério Público Estadual.
Os vereadores vão pedir abertura de inquérito policial para investigar o esquema. Os laranjas têm forte parentesco com secretários municipais ou com o próprio prefeito.
É o caso de Maria de Fátima Silva. Professora da rede municipal, ela firmou contrato com o Banco Matone como “secretária de educação”. Foram R$ 34.200,00 depositados na conta 5.476-3, agência 0601-7, do Banco do Brasil.
Maria é mãe do encarregado do setor de transportes, Cícero Gustavo Silva. Ele é esposo de Geise Carine Lima, que pegou R$ 34.200,00, dividido em 22 parcelas de R$ 2.992,95. Geise seria a titular da inexistente pasta de Habitação
absurdo,tanto luxo ta explicado....
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