O homem que escrevia as cartas de amor |
Prevé conta que em meados dos anos 80 a tecnologia ainda não existia em nossa comunidade e até mesmo o telefone era de difícil acesso, pois existiam dois aparelhos num posto da Telebahia, onde hoje funciona a Guarda Municipal, e na prefeitura. As ligações se tornavam caras, pois a maiorias das meninas da revista eram do sul e sudeste do país e os interessados era de baixo poder econômico.
Aqui você achava o par perfeito |
Sem facebook, nem orkut, nem MSN, restavam aos jovens, principalmente os desprovidos de beleza, a ouvir os programas de radio ou buscar incessantemente na dita revista Mocidade, um par perfeito para o namoro. Os jovens se concentravam na escola de datilografia D.M.S. Paixão, de propriedade do próprio Osvanildo, para imaginarem os seus prováveis romances, um deles até dava certo, como foi o caso de Bicudo, filho de Vadu, que casou com a encantada mulher da revista mocidade. Ele não falou, mas há quem diga que Prevé também contou com a mesma sorte de Bicudo.
Após terem acesso ao perfil das moças, os jovens corriam para seu Guilherme ou Lafaiete tirar um retrato bem bonito, de perfume e tudo, e depois depositavam nas urnas dos correios, as fotografias acompanhadas de uma carta bem romântica, borradas por perfume da AVON e com uma rosa vermelha bem cheirosa e amassada. Aguardavam a resposta, que duravam cerca de trinta dias, e corriam para a porta da escola, para mostrar aos amigos as encantadoras respostas, que deliravam em risos de alegria.
O namoro por correspondência é fato no Brasil anterior aos anos 90, que com o avanço da tecnologia ganhou uma nova roupagem e passou a se chamar namoro virtual, através das redes sociais e bate papos. Os personagens de ontem são idênticos aos de hoje, porém com perfil diferenciado pelo avanço tecnológico. A história não para e torna-se sempre uma cadeia giratória, pena que muitos não percebem.
Após a edição da matéria chegou a nosso conhecimento, que Lourão, Chima, Prof.º José Nildo (atual vice-prefeito), Duda Costa e outros jovens eram assíduos assinantes da citada Revista Mocidade, porém nenhum deles tiveram a sorte de Bicudo e de Prevé.
Muito engraçada a história. Acho muito válido relembrar esses acontecimentos e fatos dessa época, visto que, hoje pode até ser encarado como bizarro, mas que naquele tempo era, além de um passatempo e diversão, uma ferramenta parecida com as redes sociais e bate-papos dos tempos atuais. Atire a primeira pedra aquele que nunca se empolgou com uma garota pelo MSN, nos tempos atuais é claro.
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