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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Nomeação de azevedistas por Vane gera polêmica. Em Una e Itabuna, coincidentemente.

Texto e foto na íntegra do Jornal A Região

Vice prefeito de Itabuna
nas redes sociais e nas ruas de Itabuna. Nas duas últimas duas semanas, o principal assunto nos quatro quantos da cidade é a invasão da nova administração por pessoas que ocuparam cargos-chave nos governos de Fernando Gomes e José Nilton Azevedo (DEM). 

Os dois ex-prefeitos tiveram os mandatos marcados por denúncias de mau uso do dinheiro público e ineficiência administrativa. O atual prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), conquistou os votos de parte dos eleitores mostrando exatamente o descaso da dupla com a população. 

Obras inacabadas, falta de remédio nas unidades básicas de saúde, buracos e esgotos em toda a periferia, gasto excessivo com pessoal, sucateamento da Emasa, aumento da dívida, inexistência de políticas públicas para jovens e famílias mais carentes, denúncias de desvios de dinheiro. 

Mas, com menos de um mês no cargo, o novo mandatário de Itabuna começa a ser questionado por levar para seu governo justamente as pessoas que participaram dos escândalos ou da ineficiência das gestões anteriores. 

Na defesa 

Na sexta-feira, 1º, diante de repercussão negativa das nomeações, o vice-prefeito e secretário de Planejamento e Tecnologia, Wenceslau Júnior (foto), tentou se explicar, em um artigo publicado em blogs e sites. Ele acabou confirmando que as nomeações fazem parte de acordos políticos. 

O vice-prefeito afirmou que “a indicação pode até ser política, e é justo que seja porque as relações políticas fazem parte do jogo democrático, mas o nome tem que ter perfil técnico adequado para o cargo”. E, na retranca, diz que “não existe nomeação para os quatro anos de gestão”. 

Na verdade, nem o prefeito está absolutamente assegurado no cargo por esse período. A princípio, foi eleito para isso, mas depende de uma série de fatores, principalmente de natureza ética. 

“Neste mundo só os impostos e a morte são certos. Não temos como fugir. Um monte de coisa pode acontecer em quatro anos, inclusive a cassação do prefeito por desvio de conduta”, observa o universitário Rafael Marques dos Santos. 

Para Wenceslau Jr, se seguir a cartilha da gestão em termos de resultados, “continua, se não mostrar resultados será substituído. Outro critério estabelecido é o critério ético. Quem se afastar da linha de probidade, economicidade e eficiência também vai procurar outro rumo”. 

 Os técnicos? 

A defensiva de Júnior gerou ainda mais observações com relação principalmente às nomeações do ex-secretário José Alencar, do ex-presidente da Emasa Alfredo Melo e do ex-presidente do Hospital de Base, Marcelo Andrade. 

Alencar foi secretário de Desenvolvimento Urbano de Itabuna, criticado por causa das obras iniciadas e nunca acabadas. Uma delas é a revitalização da Avenida Amélia, que deveria ter ficado pronta há dois anos. Outra prova de incompetência do secretário foi o abandono dos bairros. 

São aqueles bairros da periferia que apareciam nos programas eleitorais, inclusive do atual prefeito. O ex-secretário de Azevedo é o novo o diretor de planejamento da Secretaria de Planejamento. Marcos Alan, que foi secretário de Desenvolvimento Urbano de Fernando Gomes, é outro aproveitado. 

Para o governo do prefeito Claudevane Leite, o sucateamento da Emasa não tem nada a ver com o ex-presidente da empresa. O engenheiro Alfredo Melo acaba de ser nomeado para diretor de projetos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, mas teve conta rejeitada no TCM (veja mais nesta edição). 

Comentários no Pimenta mostram a indignação 

geral dos internautas ao comentar as nomeações e o artigo do vice-prefeito de Itabuna, Wenceslau Júnior, defendendo a permanência de azevedistas na gestão do prefeito Claudevane Leite. Os comentários foram publicados no blog, que repercutia as Malhas Finas de A Região da semana passada. 

 Eles já tinham criticado a nomeação de pessoas como Vanessa (foto), tida como uma das namoradas do ex-prefeito José Nilton Azevedo, para ocupar cargo na defesa civil; de Joilson Leopoldino para diretor da Escola de Trânsito e de André Felipe de Moura para chefe da secretaria de transportes. 

A de Erick Cruz da Silveira para diretor de trânsito, de Aline Queiroz, filha de Marino da refrigeração, para chefe de gabinete; de Haroldo Arapiraca para auditor fazendário; de Gerson Silva, fernandista e azevedista, mantido como diretor de cadastro, entre outras nomeações. 

“Estão conduzindo (ou reconduzindo) servidores que demonstraram incompetência nas diversas áreas da administração municipal. A cidade foi abandonada por esses renomeados”. 

“Faz-se necessário apresentar o currículo, a capacidade e a conduta dessas pessoas para, só assim, a população se convencer que realmente contribuíram e podem contribuir novamente. Pois, do contrário, resta a percepção de aparelhamento (e dos mais incoerentes)”, escreveu Saulo. 

Comentários 


“A suprema arte de escrever um monte de coisas e não explicar nada” (Itabunense). “Com esse artigo, o camarada se contorce para defender o indefensável” (Juca). “Ridícula essa defesa de Wenceslau das nomeações inexplicáveis desse governo” (Erick Maia). 

“A decepção e o desânimo tomam conta de toda a cidade, é uma vergonha para quem acreditou que Vane fosse fazer um governo de austeridade, mas com essa turma esse governo não vai ter moralidade nunca,” afirma um que assina José Dirceu Gomes. 

“Espanta-me a afirmação de que o critério ético definiu as nomeações” (Comunista da Sibéria). “Existem dentro do grupo PRB, PSC, PV, PP, PPS vários nomes capacitados para assumir tais cargos e isso mostra infidelidade partidária e infidelidade com o povo que pediu a mudança” (Erica de Souza). 

“Wenceslau será a Joelma de calça neste Governo. Vamos orar pelo Prefeito e pela nossa cidade”, escracha José Reis. “É Wenceslau, a visão sua e do Prefeito sobre qualificação profissional e perfil técnico está deixando a desejar”, define Leiloca Leite.

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