Procurado
pelo Una Na Mídia, o Professor Gilberto Lisboa deu pouca prosa e
disse que o projeto foi relatado pelo mesmo e atendeu a uma
fundamentação legal. Lisboa será o provável indicado doo PT,
partido do vice-prefeito eleito, para assumir a Secretaria de
Educação, Esporte e Cultura da futura administração de Diane
Rusciolelli.
O prejeto
que embasou a resolução
n.º 001 e virou decreto do executivo n.º 531 prever a exclusão
da matéria de cultura baiana e a inclusão de filosofia no currículo
escolar. Em carta bastante inflamada, o Conselho Municipal de
Educação disse se sentir prejudicado com o termo manobra política
e alegou que a decisão atendeu a uma escolha da maioria dos membros,
embasado em norma legal.
Lei
a carta na íntegra:
Ofício
nº 023/2012
Una – BA, 08 de novembro de 2012.
Prezado
Senhor,
A
educação moderna exige que estejamos conectados com os avanços da
sociedade para que o espaço escolar continue um ambiente de
significação, reflexão e práxis. A participação dos segmentos
constitutivos da escola é uma realidade no município, pois foi
construída com alicerces fundamentados para a verdadeira prática
libertadora, logo a escola deve atender as demandas da sociedade. A
substituição da disciplina Cultura Baiana por Filosofia foi
atendendo a uma vontade coletiva da Comunidade do Colégio Municipal
Alice Fuchs de Almeida, visto que, na atualidade administramos as
escolas de forma participativa, não aceitamos mudanças por vontade
individual. A utilização do termo “Manobra” é ofensivo,
grosseiro, desrespeitoso e desprovido de ética à comunidade do
CMAFA. As decisões oriundas das unidades escolares do município são
decididas com todos os segmentos, não se constitui em ações de
ordem unilateral. É competência do Conselho Municipal de Educação
analisar a legalidade da devida solicitação, fundamentada nas Leis
nº 9394 – 20/12/1996 e nº 10.639 - 09/01/2003 - onde orienta os
Sistemas de Ensino, que devem incluir no currículo oficial da Rede
de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura
Afro-Brasileira” - os conteúdos referentes à História e Cultura
Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo
escolar (todas as disciplinas), em especial nas áreas de Educação
Artísticas, Literatura e História Brasileira.
A
disciplina está sendo ministrada neste ano, em fase de
experimentação sem nenhuma reclamação por parte da Comunidade
Escolar e tenho certeza que a Unidade de Ensino não tinha intenção
de atingir ninguém, muito menos a comunidade afrodescendente da
qual fazemos parte.
Desse
modo, acredito que a vossa interpretação não passa de equívoco
conceitual por mero desconhecimento das leis educacionais vigentes no
país. Encontra-se disponível no site do Ministério da Educação
todos os documentos necessários à compreensão da educação. É
interessante que se realize um estudo minucioso das normativas, das
resoluções e até mesmo das leis educacionais antes de emitir
qualquer parecer valorativo sem fundamentação. Desenvolvemos um
trabalho com seriedade e comprometimento com a Educação de Una.
Atenciosamente,
Lúcia
Maria Cerqueira de Oliveira
Presidente
do Conselho Municipal de Educação
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