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domingo, 11 de novembro de 2007

Marcus Flávio é acusado de ficar com indenização

trabalhista, repassando ao cliente apenas 25% do valor da causa. A denúncia contra o advogado e vereador ilheense é relativa à ação movida por um ex-funcionário da Pindorama Agricultura, Comércio e Indústria Ltda, de Una.

A acusação partiu do ex-funcionário Aurino Alves da Silva e foi registrada no tabelionato de notas da comarca de Una. O advogado e vereador repassou ao cliente apenas R$ 100 mil dos R$ 400 mil da ação.

Marcus Flávio foi o segundo advogado de uma ação trabalhista de Enézio Alves da Silva, irmão de Aurino. Enézio trabalhava na Pindorama, saiu da empresa e entrou com pedido de indenização em 1996.

Para pagar a ação, foi penhorada uma fazenda avaliada inicialmente em R$ 200 mil. A propriedade, antes pertencente à Pindorama, foi vendida por R$ 400 mil, mas o cliente recebeu apenas R$ 100 mil.

Na declaração prestada no tabelionato de Una Aurino acusa também Diego Antônio Parada Haye, então corretor imobiliário e assessor de Marcus Flávio. A propriedade foi adquirida por um produtor de pré-nome Bento, de Teixeira de Freitas.
Esquema
Aurino teria reclamado do valor repassado e disse que Diego apresentou uma lista de despesas que incluía pagamento de R$ 20 mil ao primeiro advogado constituído para a defesa, Valdenir, que ficaria com 10% do valor da causa a título de honorário.

Outros 10% seriam pagos a Marcus Flávio. A lista apresentada por Diego ainda incluía o repasse de R$ 10 mil para Carlos Viana, um dos proprietários da Pindorama.
A declaração também revela um esquema que supostamente beneficiaria diretores de juntas trabalhistas de Ilhéus. Segundo Aurino, na relação de despesas apresentadas por Diego estariam R$ 20 mil que seriam divididos entre dois diretores de junta em Ilhéus.
Outra despesa que Diego teria afirmado a Aurino seria R$ 10 mil para o pagamento de um advogado de Carlos Viana, de pré-nome Denis.
O denunciante disse que, quando reclamou dos R$ 220 mil restantes, Diego teria dito que eram relativos aos serviços de corretagem prestados na venda do imóvel e pelos serviços do advogado e vereador.
Segundo Aurino, mesmo com a lista das despesas, alguns dias depois ele recebeu uma ligação do primeiro advogado Valdenir, que reclamava ainda não ter recebido os honorários.
Marcus Flávio, então, teria orientado Aurino a mentir para o primeiro advogado, afirmando que o bem ainda não havia sido alienado. Sem receber os honorários, o advogado moveu ação judicial.
O processo do irmão de Aurino ganhou agilidade na vara do Tribunal Regional Trabalhista em Ilhéus (5ª região). A ação foi movida em 1996, enquanto outros processos contra a mesma empresa começaram em 1992 e ainda estão em andamento.

A Pindorama, além de plantar dendê, o industrializava, produzindo óleo, ração animal, sabão e cosméticos. A propriedade chegou a ter 300 funcionários. Criada em 1975, em uma, a Pindorama possuía uma área de 2.800 hectares de dendê.

Texto na íntegra do Jornal A Região (http://www2.uol.com.br/aregiao/arquivo/plantao-ar.htm)

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