Prof. Fabiano Portela |
O ápice econômico de Una ocorreu por conta da agricultura, até meados da década de 80, tendo o cacau como principal cultura e diversas outras que agregavam grande valor a economia local tal como a borracha da seringueira, guaraná, pimenta do reino, maracujá, entre outras. Chegou a ser a maior plantadora de cacau do mundo, a maior produtora de borracha e de guaraná em pó da Bahia.
Com a crise do cacau houve o inchaço populacional das cidades de nossa região de forma não planejada, agravado pelo incentivo de lideres políticos que estimulavam as pessoas de raízes do campo a ocuparem áreas nas cidades.
E está ai, na minha concepção, o grande erro na história econômica da nossa região. O povo, que em sua maioria tinha vocação para atuar na agricultura, passou equivocadamente buscar novos horizontes em profissões das áreas urbanas. Porem, a vocação deste povo era altamente ruralista e de atividades do campo.
Pronto, aquela cidade com sede pequena e agradável que era Una inchou de forma desordenada e acelerada, abarrotando a maior parte desta população rural em espaços sem condições sanitárias adequadas e o pior sem perspectiva de vida socioeconômica digna para estas pessoas e suas futuras gerações.
E assim Una virou uma cidade com uma grande parte se sua população desqualificada e ociosa, seus jovens em zona de risco, sua mão de obra qualificada sem espaço e tendo somente a iniciativa pública como cobiça desta população.
E o que tirar de lição destes fatos? Como ver uma luz no fim do túnel? O que pode ser mudado para um futuro mais promissor e com qualidade de vida a esta população?
Talvez a resposta esteja exatamente nos grandes fenômenos dos dias atuais e na história do passado.
Nos fenômenos dos dias atuais devemos olhar o cenário mundial onde a crise de água assola várias cidades do mundo, a demanda por alimentos cresce de forma vertiginosa e a necessidade de preservar os recursos naturais do mundo torna imprescindível para a sobrevivência futura da espécie humana na terra. Na História do passado devemos identificar os erros e rever os acertos.
E assim, refletindo, quem sabe, o povo comece a valorizar sua história e as pessoas que fizeram a história, a cultura e os costumes ganhem novos sentidos, sua mão de obra qualificada seja valorizada tanto na iniciativa pública quanto na iniciativa privada e o amor e orgulho por esta linda, rica e promissora cidade ressurjam no coração de seus cidadãos.
"Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão "